Sem Título

Leandro Soriano Marcolino

Vagueio
Pela rua escura.
Pergunto às sombras
Quem sou.
Mas elas me respondem apenas
Com o seu silêncio sarcástico.
Atiro-me no prazer
Buscando um sentido
Mas encontro apenas um precipício
De dor.
Sou carregado por mil vampiros
Às portas de uma igreja
Onde imploro por meu nome.
O mesmo silêncio sarcástico,
A mesma angústia,
O mesmo vazio.
Viro as costas
E volto às ruas e sarjetas gélidas
Da cidade.
Lindas prostitutas passam por mim
Mas nenhuma que saiba o meu nome.
Mesmo que soubessem,
Que saberiam?
Um nome não serve para nada.
Arrastando-me na escuridão
Vejo a placa da rua onde me encontro.
E leio, desesperado,
À procura de minha identidade.
Porém, descubro pasmo,
Que a rua possuía o meu nome.
Sentei-me na calçada,
E chorei.

O Grande Livro das Pessoas sem Nome

Pessoas sem nome caminhando pelas ruas.
Pessoas sem nome se arrastando pelo chão.
Quem é essa mulher gorda sem amigos?
O louco que corre a procura de sua razão?
Esse homem de terno que dorme com os mendigos?
O homem de surrada túnica marrom,
falando palavras sem sentido?
Esse garoto obcecado por um amuleto
que espreme em sua mão?
Quem é esse homem tocando um piano invisível,
morrendo por saudades de sua nação?

Quem você é?
Quem é você?

Seja bem-vindo a um novo mundo!
Seja bem-vindo ao grande mundo das pessoas sem nome!

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Vida

Imagine um mundo onde a biotecnologia está em seu ápice. Onde é comum ter robôs que se assemelham a seres biológicos, substituindo os cachorros como animais preferidos de estimação. Recriar membros amputados é algo simples, e feito com tal perfeição que se torna difícil diferenciar a prótese do membro original. Neste mundo de infinitas possibilidades, Luíza sofre um acidente de carro com seu marido, Rodrigo. Ele entra em coma. Luíza deve aceitar a perda do marido?

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